terça-feira, 24 de abril de 2007

PROPOSTAS PARA MARTINS-RN

Este trabalho refere-se à produção de um conjunto de propostas de melhorias arquitetônico-urbanísticas para o município de Martins-RN para que o mesmo passe a estar mais de acordo com as inovações relativas à acessibilidade universal, técnicas e materiais de construção contemporâneas e também dos preceitos urbanísticos que contribuem para o incremento da qualidade de vida de seus cidadãos assim como dos visitantes.

1. PRAÇA DR. ALMINO AFONSO

A proposta para este espaço gira em torno da substituição do piso atual por outro de caráter antiderrapante e com cores variadas. Todos os percursos estariam sinalizados com placas podo táteis e mais rampas seriam construídas para facilitar o ir e vir à praça. As árvores que lá estão atualmente seriam preservadas e outras mais serão plantadas, sendo estas exemplares que se adaptam facilmente ao clima da região onde a cidade se encontra.

Uma nova iluminação indireta e colorida posta junto às árvores e demais elementos da praça será criada não só para facilitar a visão dos usuários à noite como também para que o local torne-se mais bonito.

O novo traçado deste logradouro, que em parte lembra um violão, se refere ao desenho da calçada antes da reforma que resultou no calçamento atual. Além disso, devido aos vários eventos que ocorrem na cidade, neste projeto proposto há mais espaços destinados à aglomeração pública.

O busto do Dr. Almino Affonso será destacado com a criação de um canteiro e iluminação especial em sua volta, e um totem será instalado junto ao Hotel Serrano e terá em si um mapa com as demarcações dos pontos turísticos da cidade.

2. UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

A Universidade Aberta do Brasil está situada junto à praça Dr. Almino Affonso e inicialmente ela abrigará os cursos de matemática, física e biologia. O programa arquitetônico consiste em:


1 sala para secretaria acadêmica;

1 sala da coordenação do pólo;

3 salas para tutores presenciais;

1 sala de professores e reuniões;

1 sala de aula presencial típica;

1 laboratório de informática;

1 sala de vídeo conferência;

1 biblioteca.


O prédio está dividido em dois pavimentos e conta, além da escada, com elevador para acesso ao pavimento superior. Apesar da exigência da climatização dos ambientes, preocupamos-nos em fazer com que mesmo sem este recurso os espaços sejam agradáveis, pois eles também poderão ser ventilados e iluminados artificialmente. Os materiais empregados na construção deste edifício assim como as suas formas estarão em acordo com muito daquilo que se constrói hoje em dia ao redor do mundo.

Logo abaixo estão as duas volumetrias criadas e apresentadas para escolha, sendo uma de caráter mais sóbrio e a outra de linhas mais ousadas. Em termos de valor arquitetônico, ambas são semelhantes, posto que o projeto atende a todas as questões de ordem funcional e construtiva, se encaixando a opção formal em um contexto puramente subjetivo, ou seja, do "gosto" de cada um.

3. quiosque

O edifício do quiosque consiste em um espaço para atendimento e preparação de alimentos, e dois banheiros. Além disso, há um espaço coberto reservado a mesas para clientes. A edificação é feita de alvenaria de tijolos, cobogós, estrutura de concreto armado e cobertura metálica. Este todo configura um exemplar arquitetônico singular e com grande potencial de se tornar um marco à cidade.

4. NOVA COZINHA PARA O MIRANTE DO CANTO

Espaço criado para atender à alta demanda de refeições naquele local, que faz da cozinha atual inadequada devido às suas pequenas dimensões e excessivo calor decorrente de poucas janelas instaladas e do preparo de alimentos.

Esta nova edificação contará com uma área de preparo de alimentos e uma despensa.

A edificação será feita com alvenaria de pedras pertencentes à região, laje impermeabilizada e peças de madeira que contribuirão para a formação de um volume arquitetônico incomum e integrado à paisagem local.

5. acessibilidade da PRAÇA DR. ALMINO AFONSO E DA sede da prefeitura municipal de martins

Através do exame do edifício sede da prefeitura municipal de Martins elaboramos uma série de sugestões de reforma para que o prédio possa se tornar acessível a uma parcela maior da sociedade. Assim, os pontos críticos foram apontados e as devidas alterações apresentadas.

A seguir estão três exemplos do que foi dito anteriormente:




segunda-feira, 23 de abril de 2007

PROGRAMA PARA INCENTIVO À ARQUITETURA E URBANISMO NO RN


Devido à constatação de que em nosso estado muito já poderia ter sido feito, e sem querer observar mais tempo perdido, apresento abaixo algumas propostas para aumento e melhoria da produção arquitetônica e urbanística no Rio Grande do Norte:

1) Ida dos arquitetos e urbanistas aos municípios para que se ofereçam aos administradores locais propostas para elaboração de planos diretores e criação de equipamentos urbanos tais como praças, ginásios, centros culturais, etc;

2) Além dessa ação, e tendo em vista o conforto dos cidadãos, os arquitetos poderão oferecer aos municípios um plano de arborização urbana e prestar consultoria para construção de hortos municipais e treinamento de funcionários, os quais seriam encarregados pelo plantio e conservação dos espécimes vegetais implantados na cidade beneficiada;

3) Levando em consideração que uma cidade não se faz apenas graças aos seus gestores, o incentivo aos cidadãos para que eles comecem a se valer dos serviços que os arquitetos prestam também será útil para que possamos visualizar em futuro breve um maior número de habitações de qualidade, sob diversos pontos de vista. Sobre este assunto, o maior empecilho a ser vencido é o preconceito de que arquitetura é “coisa para ricos”, pois os profissionais arquitetos têm conhecimento suficiente para produzir boas edificações mesmo com baixos recursos financeiros;

4) Este incentivo poderá ser feito por meio de uma maior divulgação sobre os serviços que os arquitetos prestam à sociedade. Esta apresentação poderá se dar através de palestras públicas, exposição de trabalhos individuais e coletivos em lugares como shoppings centers, além de concessão de entrevistas a jornais, revistas e emissoras de TV.

5) A participação política dos arquitetos é fundamental, pois através de seus estudos podem dar significativa contribuição sobre os mais variados assuntos relativos às cidades. Como ouvi dizer, “A desgraça de quem não gosta de política é ser governado por quem gosta”, e assim tal submissão e apatia muitas vezes poderá resultar numa vida muito aquém do que se pode considerar como saudável.

André Souza

Arquiteto e Urbanista

sexta-feira, 20 de abril de 2007

A IMPORTÂNCIA DO ARQUITETO



Qual a importância do arquiteto?



Sua importância está na habilidade que ele desenvolveu no sentido de criar espaços adequados às várias atividades que os seres humanos realizam ao longo de suas vidas.

Um espaço adequado é aquele que possui dimensões aptas à função que o ambiente serve; é aquele onde a luz e a cor dos vários materiais que o compõem colaboram para sua eficiência; onde as próprias superfícies dos elementos, em suas texturas, despertam uma sensação agradável tanto visual quanto ao tato; a temperatura do espaço, a qual pode ser controlada não só pela escolha dos materiais construtivos como pelo uso de plantas, que amenizam o calor e embelezam o lugar, também é fator contributivo. Até mesmo os odores e o som devem ser levados em consideração e podem ser de antemão planejados pelo arquiteto.


Desta forma, o papel deste profissional é seguramente de fundamental importância para a sociedade, pois em suas mãos está a missão de criar os “cenários” onde transcorrerão as várias ações humanas, desde o nascimento, sendo ele o projetista de maternidades, até a morte, como o idealizador de mausoléus. Entre estes dois momentos, o arquiteto produzirá as escolas para a educação, as praças e shoppings para o lazer e recreação, os ginásios para a prática esportiva e até mesmo os restaurantes e motéis para os momentos românticos.

Não há como negar o valor do arquiteto, o qual vem sendo confirmado desde os tempos mais remotos, primeiramente apenas como funcionário dos reis e nobres, como Inhotep o foi do faraó Zosér e Ledoux do rei Luis XVI. Há cerca de um século, estes profissionais têm se dedicado mais a outros grupos da população, embora ainda se perceba que muito falta para que os arquitetos alcancem um maior contato com os cidadãos financeiramente mais carentes.

Além de criar espaços internos adequados, o arquiteto também tem como meta a elaboração de edifícios cujo volume desperte a atenção das pessoas por causa de seu formato e das relações de proporção entre os elementos que o constituem. Janelas, portas, vigas, pilares, etc. devem se unir formando um todo harmônico que leva a edificação a assumir o papel não de simples construção, mas de obra de arte, ou como diria Goethe, música congelada.

O papel do arquiteto, pelo que foi descrito acima, é muito importante, afinal de contas, apesar do meio onde as pessoas vivem não ser o único fator que as mude qualitativamente, posto que isto também é fruto de seus próprios esforços, não se pode negar a influência que os espaços bem projetados exercem sobre tal melhoria do ser humano e sua vida.

André Souza.

Este artigo serviu como material de divulgação da loja Flamma Luminárias em 2005.


CASA EM SÃO GONÇALO DO AMARANTE

Residência térrea composta por 2 suítes, sendo uma delas com banheiro adaptado a idosos, uma oficina de artesanato, sala, cozinha, despensa, garagem e área de serviço. A estrutura da habitação é feita de pilares e vigas de concreto armado e vedação de alvenaria de tijolos. A casa tem como destaque as fachadas, que são admiráveis por suas curvas.

CASA EM JOÃO CÂMARA

Residência composta por três suítes, 2 varandas, garagem, cozinha, sala de jantar, sala de estudo, área de serviço, sala de TV e lavabo. São 2 pavimentos construídos com estrutura de concreto armado, vedação de alvenaria de tijolos e cobertura de telhas cerâmicas. A solicitação feita pelo contratante foi que se criasse uma casa com elementos conhecidos já desde a antiguidade como arcos, pedras e madeira. A nossa sugestão foi de que houvesse um exercício para que, apesar de ser baseada no passado, a casa tenha um caráter atual.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Revista PENAS




Este é o primeiro número da revista PENAS; criada por alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRN para que os projetos desenvolvidos por eles sejam apresentados a um público maior e assim se inicie desde cedo mais trocas de idéias e discussões acerca da arte de ordenar espaços e sua função perante a sociedade contemporânea.

Tive o prazer de contribuir com este trabalho escrevendo um artigo sobre o meu primeiro ano de experiência como profissional e as perspectivas de atuação para o arquiteto e urbanista recém-formado.

Para adquirir a PENAS gratuitamente, basta acessar o seguinte site:

www.darq.ufrn.br


Arquitetura para todos

É de se lamentar o que tem ocorrido ao longo de tantos anos em nosso estado, para não comentar em outros lugares do Brasil e do mundo. Especificamente falo a respeito do mau uso das centenas de arquitetos, urbanistas e engenheiros profissionais formados pelas universidades locais, enquanto as cidades padecem por causa da imensa série de construções que não oferecem aquilo que todos esperam: conforto.

Através de minhas viagens pelo interior, observei que as cidades têm crescido e a qualidade de ordem urbanística e arquitetônica tem se mostrado muito inferior ao que já se pode ser feito, sem grandes pesquisas, pois os profissionais arquitetos podem se valer do conhecimento adquirido ao longo dos anos para dar uma contribuição maior aos cidadãos.

Talvez as pessoas ainda não tenham se indignado por dois motivos: o primeiro deles é achar que contratar um arquiteto é “coisa de rico”. O segundo é não verem que é possível fazer obras de boa qualidade mesmo com baixos recursos financeiros.

Hoje em dia, vivendo em um país democrático, as pessoas devem estar conscientes de que têm o direito de viver em habitações que lhes tragam conforto; e para se construir casas de boa qualidade, creio que não há ninguém mais capacitado a produzir isto do que os arquitetos, afinal de contas, são eles que dedicam suas vidas ao estudo desta arte. Sobre a questão financeira, posso falar com segurança que é possível produzir habitações confortáveis mesmo com baixos recursos. Na antiguidade, mesmo sem materiais e técnicas construtivas avançadas, produziu-se edificações de indiscutível valor. Assim, é certo que a qualidade de vida dos habitantes do Rio Grande do Norte pode melhorar e muito desde que os arquitetos tenham a oportunidade de dar uma maior contribuição do que a que oferecem atualmente.

O que proponho que seja feito é que se inicie um ciclo de palestras nas cidades do RN onde os arquitetos apresentarão às pessoas as vantagens da construção de edificações baseados em projetos desenvolvidos por arquitetos. Estes profissionais mostrarão vários exemplos de obras feitas com baixos orçamentos e com materiais e técnicas construtivas não tão prejudiciais à natureza, como por exemplo o adobe, os tijolos prensados e os modos de reaproveitamento de águas pluviais, além do uso de madeiras vindas de áreas de reflorestamento. Por falar nisso, planos de arborização urbana podem ser divulgados para que, graças ao seu uso, as cidades tenham uma amenização de temperatura.

Tais palestras podem contar com o apoio do CREA-RN, IAB e a Caixa Econômica Federal, que é responsável pelo financiamento de grande parte das casas populares do Brasil.

Apesar do CREA-RN desenvolver uma ação de fiscalização sobre as construções de edificações no estado, exigindo que profissionais habilitados participem deste processo, creio que é difícil manter uma ampla fiscalização, por esta ser muito onerosa. Acredito que a melhor maneira de alcançar o objetivo de termos cidades mais belas e saudáveis aos cidadãos é através da conscientização de que já há muitos profissionais aptos a esta possível realização.

André Souza.

Arquiteto e Urbanista